A transferência de Neymar para o Paris Saint-Germain, em 2017, foi um dos maiores marcos do futebol moderno. Não apenas pelo valor astronômico — 222 milhões de euros, o mais alto da história — mas pelo impacto direto em sua carreira. O que parecia ser o início de uma nova era, com Neymar como protagonista absoluto em Paris, acabou se tornando um capítulo repleto de dúvidas, lesões e, acima de tudo, arrependimentos.
O choro em um cassino e a confissão inesperada
Dois meses após assinar com o PSG, Neymar retornou a Barcelona e teve um encontro marcante com o empresário Wagner Ribeiro. Em um cassino da cidade catalã, longe das câmeras e do glamour, o craque chorou. Não de felicidade ou saudade, mas de arrependimento.
“Ele nos encontrou em um cassino em Barcelona e chorou, disse que era muito novo, que tinha errado”, revelou Ribeiro em entrevista ao podcast “O Príncipe que não quis ser Rei”, do UOL Esporte. O empresário ainda afirmou que tentou confortar o jogador, mas foi direto: “É tarde demais.”
Isolamento, pressão e a ausência de Messi
Embora Neymar fosse um dos pilares do trio mágico MSN (Messi, Suárez e Neymar), por trás dos sorrisos havia um sentimento de solidão. De acordo com Wagner Ribeiro, até mesmo jogadores do elenco e o pai de Neymar tentaram fazê-lo desistir da mudança para Paris. Havia receio, havia insegurança. Mas a decisão já estava tomada — e não havia volta.
Um dos elementos que influenciaram na ida ao PSG foi Daniel Alves. O lateral, também brasileiro e amigo íntimo de Neymar, prometeu acompanhá-lo na nova aventura. E assim foi: os dois se reencontraram em Paris. Mas, mesmo com a parceria reconstituída, algo se perdeu no caminho.
O que Neymar buscava… e não encontrou
Neymar deixou o Barcelona em busca de protagonismo. Queria sair da sombra de Messi, ser o camisa 10 e o grande nome de um projeto europeu ambicioso. No papel, tudo fazia sentido. Na prática, o peso foi diferente.
No PSG, mesmo com títulos nacionais e momentos brilhantes, Neymar não alcançou o topo da Europa. Lesões em momentos cruciais, atritos internos e um ambiente menos estruturado tiraram o brilho do que poderia ter sido a sua consagração.
A reflexão tardia
O episódio do cassino revela algo que muitos fãs já suspeitavam: Neymar percebeu, cedo demais, que sua saída do Barcelona não foi apenas uma mudança de clube, mas uma ruptura com um ciclo que o fazia feliz. A convivência com Messi, o estilo de jogo do Barça e a idolatria dos torcedores catalães criaram um ambiente ideal para o craque — que, infelizmente, ele só reconheceu depois de ter deixado para trás.
Uma carreira marcada por escolhas
Hoje, anos depois, Neymar ainda é um dos nomes mais importantes do futebol mundial. Mas a dúvida permanece: e se ele tivesse ficado? Teria herdado naturalmente o protagonismo de Messi? Teria vencido mais Champions League? Teria alcançado o tão sonhado título de melhor do mundo?
A história não permite reescrever o passado, mas nos convida a refletir. E nesse caso, as lágrimas no cassino dizem mais do que qualquer declaração oficial.