No futebol, as despedidas nem sempre são dignas da história construída. Por mais que alguns jogadores marquem época, conquistem títulos e criem um vínculo com o clube e a torcida, fatores como decisões de dirigentes, trocas de treinador, crises internas ou até problemas de bastidores podem transformar um adeus em um momento amargo.
A recente declaração de Gianluigi Donnarumma, expressando decepção com o Paris Saint-Germain, reacendeu o debate sobre como grandes goleiros — mesmo os mais queridos — podem ter saídas conturbadas. Nesta lista, relembramos cinco casos emblemáticos.
1. Gianluigi Donnarumma – Paris Saint-Germain
O caso mais recente envolve o goleiro da seleção italiana, que chegou ao PSG em 2021, após conquistar a Eurocopa e ser eleito melhor jogador do torneio. Donnarumma assumiu a titularidade, conquistou títulos nacionais e viveu noites importantes na Champions League.
Porém, após três temporadas, o arqueiro revelou em carta aberta que não seguirá no clube, lamentando a decisão da diretoria e afirmando que gostaria de se despedir em campo. A situação pegou muitos torcedores de surpresa e abriu discussões sobre seu futuro, com especulações envolvendo clubes da Itália, Inglaterra e Arábia Saudita.
2. Iker Casillas – Real Madrid
Um dos maiores ídolos da história do Real Madrid e campeão mundial com a Espanha, Casillas deixou o clube em 2015 de forma nada condizente com sua trajetória. Após desentendimentos com dirigentes e a perda de espaço para Keylor Navas, Casillas anunciou sua saída em uma coletiva solitária, sem a presença dos principais nomes do clube.
A cena gerou revolta entre torcedores e ex-jogadores, que consideraram uma despedida fria e injusta para quem defendeu a meta merengue por mais de 15 anos.
3. Gianluigi Buffon – Juventus
Apesar de todo o carinho e respeito que Buffon sempre recebeu da Juventus, sua primeira saída em 2018 foi cercada de surpresa. O goleiro, que já havia anunciado que encerraria a carreira, optou por seguir no PSG após não chegar a um acordo com a diretoria da Velha Senhora.
O adeus não teve clima de ruptura como outros desta lista, mas o sentimento de estranheza foi inevitável, já que Buffon era praticamente sinônimo de Juventus. Ele acabaria retornando ao clube depois, mas a primeira partida foi marcada por um vazio emocional.
4. Keylor Navas – Real Madrid
O costarriquenho foi herói nas três Champions League consecutivas do Real Madrid entre 2016 e 2018, mas viu seu espaço ser ameaçado pela chegada de Thibaut Courtois. Mesmo ainda em grande forma, Navas foi colocado no banco e acabou saindo para o PSG em 2019.
A mudança deixou muitos torcedores insatisfeitos, pois acreditavam que Navas merecia mais respeito pela importância que teve em um dos períodos mais vitoriosos da história do clube.
5. David de Gea – Manchester United
Por mais de uma década, De Gea foi o pilar defensivo do United, garantindo pontos preciosos com defesas espetaculares. No entanto, em 2023, após o fim de seu contrato, o goleiro espanhol não recebeu uma renovação à altura do que esperava.
A saída aconteceu de forma silenciosa, sem jogo de despedida e sem a presença oficial da diretoria para marcar o momento. O próprio jogador demonstrou frustração nas redes sociais.
Um padrão que se repete
Essas histórias mostram que, no futebol moderno, a gratidão e a memória muitas vezes cedem lugar às decisões estratégicas ou financeiras. Goleiros, apesar de serem peças-chave, costumam ter suas carreiras viradas de cabeça para baixo por mudanças de gestão ou preferências técnicas.
No caso de Donnarumma, o que fica em aberto é para onde irá o jovem goleiro, ainda no auge de seus 25 anos, e como será lembrado no PSG. Já para os torcedores, essas saídas servem como lembrete de que nem sempre o fim é tão glorioso quanto o início.